quarta-feira, 15 de maio de 2013

As loucuras de Tim


Ele era único! Tão famosas quanto suas músicas eram suas loucuras. Mas ele era tão talentoso, que não precisava de imagem para se promover. Se precisasse, não conseguiria. Ele ficou anos proibido de se apresentar na TV Globo por causa de um desentendimento com Boni. Bom, pelo menos, pode-se dizer que ele era sincero e falava o que pensava.

O que não faltava era publicidade contra ele. A proprietária do Circo Voador, indignada por Tim não ter comparecido a um show enquanto uma multidão o aguardava, colocou uma enorme faixa em frente ao Circo dizendo "Tim não vai tocar pois está doidão".

Ele tinha uma frase: "O problema do gordo é que se ele beija, não penetra, e quando penetra, não beija."

E resolveu ir para um spa. Após uma semana de caldos, sucos e folhas, fugiu com a roupa do corpo em um caminhão de entrega de leite e mandou seu secretário ir para a churrascaria Carretão, em Ipanema, com o talão de cheques dele. Quando chegou lá, encontrou Tim em torno de feijão, arroz, carne e batata. Naquele dia, ele havia chegado ao meio dia e saído às 20 horas da churrascaria.

Na primeira entrevista, ele disse: "Fiz uma dieta rigorosa! Cortei álcool, gorduras e açúcar. Em duas semanas perdi 14 dias".

No dia 28 de setembro de 1974, Tim completaria 32 anos e faria um show em Além Paraíba, cidade origem de sua família, no interior do Rio. Ele havia sido contratado pelo Lions, que fez questão de instalar ele e a banda no melhor hotel da cidade. Tim começou as comemorações pelos bares da cidade e voltou ao hotel cambaleando. Ao chegar no seu quarto, apagou.

O pessoal do Lions, em desespero, foi ao quarto do hotel 3 vezes para tentar acordar o cantor. Enquanto isso, o prefeito e uma multidão o esperavam cantando "parabéns pra você". Somente na quarta tentativa, ele acordou e foi para o show cambaleando. Ao invés de parabéns, Tim foi recebido com vaias. Respondeu xingando o público e saiu deixando a banda na fogueira. O delegado da cidade, em meio a confusão e com o quarto onde estavam hospedados com cheiro de maconha, deu voz de prisão à banda. Tim, a essa altura, já estava em um táxi a caminho do Rio.

Tim tinha uma relação muito familiar com sua equipe. Um dos músicos de sua banda, Carlos Dafé, relata que se assustou com a primeira visão que teve do cantor. Ele estava em um hotel no Lido (Copacabana) que era freqüentado por prostitutas e o recebeu nu. Por sorte, estava enrolado em um cobertor com Janete, uma prostituta que era sua amante. Tim falou para ele ficar tranqüilo pois estava contratado e já foi logo dando um cigarro de maconha para ele. Inclusive uma das coisas que Tim mais gostava era oferecer maconha para as pessoas, principalmente para aqueles que nunca haviam fumado.

Na época das vacas magras, Tim tinha um Fusca velho. Após fumar muitos "baseados" com sua banda, pediu que eles fossem comprar uma comida congelada que ele adorava, falando que não podia ficar na "larica" . Os músicos não queriam ir pois o carro estava em péssimas condições, poderia parar de funcionar a qualquer momento. Mas Tim insistiu muito e eles foram. Na primeira blitz foram parados e o guarda queria levar o carro devido às condições do veículo e prendê-los. Tim era uma autoridade respeitada para todos. Os músicos argumentaram que ele não poderia fazer isso pois eles eram "Os Músicos do Tim Maia" e mostraram a capa do disco em que eles apareciam. O guarda se convenceu e quis ficar não apenas com a capa mas também quis ir pessoalmente à casa de Tim para pegar o disco. Tim recebeu-o e fez questão de acender um "baseado" para o policial. Este momento inspirou a música "Acenda o farol".



Post por Marcelle Bottini

Sem comentários:

Enviar um comentário