terça-feira, 14 de maio de 2013

Uma figura e de Humor Ácido


Claudio Mazza

“Alô, Vitória Régia!”. Era só ouvir essa frase dita pelo Síndico para saber que a diversão estava garantida. Mas o que era Vitória Régia? Nada mais e nada menos a banda que o acompanhou por 22 anos. Batizada, assim, com o nome do local onde ele ensaiava com os seus músicos escolhidos criteriosamente: à ladeira Vitória Régia 165. É o que nos conta o tecladista da banda e que hoje também assume os vocais Claudio Mazza que esteve com Tim Maia nos seus últimos anos de vida.

Mazza teve seu primeiro contato com o grande mestre da MPB ainda pequeno em um clube em que seu pai fazia empréstimo de instrumentos, porém só fora trabalhar com ele após ser apresentado pelo produtor musical Almir Chediak, já falecido, na gravação da música ‘Aquele Abraço’. O tecladista que tocou ao lado de Tim Maia durante 9 anos não escapou de ter algum atrito com o músico: “foram duas ou três discussões horríveis. E sempre foi para defender os outros companheiros da banda quando erravam a nota, pois o Tim exigia uma alta qualidade musical. Ele era uma antena”. Apesar desses desentendimentos profissionais o tecladista elogia bastante o Sindico da MPB: “Ele era um cara que detinha muita cultura. Buscava muita informação principalmente sobre música: Samba, Bossa Nordestina e é claro Soul Music. Trabalhar com ele foi uma grande escola”. E o define como “uma figura de humor ácido e muito amigável”.

Sobre os shows que o cantor não comparecia ou atrasava, Claudio Mazza nos contou que toda vez que isso acontecia “era quando ele estava doente, ou doidão, ou até mesmo estava com algum oficial de justiça”. Ele ainda nos revelou que “quando Tim via algum movimento estranho ou alguém com terno e gravata ele saia de onde estava”.

No último show de Tim Maia, do qual o músico passou mal e que estava sendo gravado para um especial para a televisão, no Teatro Municipal de Niterói (RJ), Mazza estava lá e não acreditou no que via: “Achei que ele estivesse brincando. Fiquei sem chão”. E depois dos 15 anos da morte do cantor ele ainda sente falta de sua presença ilustre principalmente quando sobe ao palco para cantar seus maiores sucessos: “tanto eu quanto meus colegas sentimos um vazio. Mas estamos sobrevivendo”. E diz que o maior legado deixado por ele é quanto à importância da música, pois sem ela “teríamos uma inteligência rasa”.

Atualmente Claudio Mazza juntamente com os seus companheiros de banda vêm fazendo shows de maneira bem mais calma do que na época em que Tim Maia estava vivo. E a banda prepara um CD com músicas inéditas que têm influência do “gênio da música”.

Claudio Mazza tocando e cantando no Do Leme ao Pontal. Foto retirada da página do Facebook da Banda Vitória Régia


Post por Aryanne Dos Santos

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